terça-feira, 4 de maio de 2010

Repercussão da Arte Moderna


Há 81 anos, um grupo de conferencistas abria uma das maiores manifestações culturais da história, a Semana de Arte Moderna, que reuniu artistas, músicos, poetas, escritores e pintores. A semana prometia o novo, algo a ser recebido com uma certa curiosidade e interesse, mas não foi isso que aconteceu. Na noite principal, enquanto Menotti Del Picchia expunha as características e objetivos do movimento, Mário de Andrade recitava a Paulicéia Desvairada sob vaias. Isso aconteceu com quase todos os artistas. Mas esse era o espírito do movimento: o deboche, a ironia, o bom humor, tudo fio condutor por onde os jovens intelectuais paulistas quebravam laços com os movimentos anteriores.

A semana de 22 foi o primeiro passo para a arte brasileira de hoje. Sem a semana de 22, provavelmente nossa produção artística tivesse seguido um rumo diferente, e hoje não conheceríamos a tão cantada Garota de O QUE FOI? A Semana de Arte Moderna aconteceu durante os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Cada dia da Semana foi dedicado a um tema: pintura e escultura, poesia e literatura e por fim, música. Apesar de ser conhecida como a Semana da Arte Moderna, as exposições aconteceram somente nesses três dias: No dia 13, Graça Aranha proferiu a conferência "A emoção estética na arte", na qual elogiou os trabalhos expostos, investiu contra o academicismo, criticou a Academia Brasileira de Letras e proclamou os artistas da Semana como personagens atuantes na "libertação da arte". No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas e Mário de Andrade fez uma palestra intitulada "A escrava não é Isaura", onde se referia ao "belo horrível" e evocava a necessidade do abrasileiramento da língua e da volta ao nativismo. Na noite do dia 17, houve a apresentação de Villa-Lobos. A Semana prestigiou e promoveu o talento do artista, transformando-o, pela boa acolhida do grande público, na figura máxima do período nacionalista do qual se insere a produção musical modernista. A Semana de 1922 representa o marco do lançamento público do Modernismo Brasileiro, uma vez que os artistas que lá exibiam suas obras tinham como objetivos a ruptura com as tradições acadêmicas, a atualização das artes e da literatura brasileiras em relação aos movimentos de vanguarda europeus e o encontro de uma linguagem autenticamente nacional. A idéia era atualizar culturalmente o Brasil, trazendo as influências estrangeiras, colocando-o ao lado dos países que já haviam atingido sua independência no plano das idéias, das artes plásticas, da música e da literatura. A partir dela, iniciou-se uma década de polêmicas, provocações, invenções, brigas estéticas, enfim, uma farra que parecia inesgotável, levando Mário de Andrade a afirmar que os oito anos que se seguiram à "festa" do Teatro Municipal foram "a maior orgia intelectual que a história artística registra". Agora que foi explicado o que foi o evento, seus objetivos, é provável que se pense: Mas, como surgiu a idéia de montar uma Semana de Arte Moderna? Mário de Andrade deixa bem claro, que não foi dele: "Por mim não sei quem foi, nunca soube, só posso garantir que não fui eu". Porém, com a ajuda de registros do livro de memórias de Di Cavalcanti chamado "Viagem de Minha Vida - Testamento da Alvorada", ele assinala que foi ele o idealizador da Semana de Arte Moderna, tendo como um modelo a Semana de Deauville, na França. Assim ele sugeriu a Paulo Prado a realização de "uma semana de escândalos literários e artísticos de meter estribos na burguesiazinha paulistana". Analisando agora o evento, há que se dizer que o público não teve a mesma reação frente aos diferente tipos de arte. As artes plásticas foram as que tiveram melhor repercussão.

Alguns Artistas que participaram da Arte moderna : Anita Catarina Malfatti, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo - Di Cavalcanti,Flávio de Resende Carvalho,Alberto da Veiga Guignard . Ismael Nery e outros.

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